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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

CARTA ABERTA DE RICHARD DAWKINS SOBRE EVIDÊNCIAS

Olá leitores, a postagem de hoje é a primeira postagem do ano, então eu gostaria de começar o ano com esta bela carta que Richard Dawkins escreveu para sua filha Juliet quando completava 10 anos.
Apesar de ser uma carta dele para sua filha, esta carta  foi publicada em um jornal e também nos faz refletir sobre o assunto: crer ou não crer.
Ela foi retirada do blog "Razão Radical" (http://www.razaoradical.org/dawkins_to_juliet.htm).
Então, fica aí uma reflexão sobre o assunto.
Um ótimo 2012 a todos vocês e que este ano nós possamos continuar juntos aqui no blog postando material científico, sobre ceticismo e até mesmo sobre coisas menos formais.
Um abraço a todos !
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Querida Juliet,

Agora que você fez dez anos, quero lhe escrever sobre algo que é muito importante para mim.

Você já se perguntou sobre como sabemos as coisas que sabemos? Como sabemos, por exemplo, que as estrelas, que parecem pequenos pontos no céu, são na verdade grandes bolas de fogo como o Sol e ficam muito longe? E como sabemos que a Terra é uma bola menor, girando ao redor de uma dessas estrelas, o Sol?

A resposta para essas perguntas é “provas”. Às vezes “prova” aignifica realmente ver (ou ouvir, ou sentir, cheirar...) que algo é verdade.

Astronautas viajaram longe o suficiente da Terra para ver com seus próprios olhos que ela é redonda. Às vezes nossos olhos precisam de ajuda. A “estrela-d’alva” parece uma sutil cintilação no céu, mas com um telescópio você pode ver que ela é uma linda bola – o planeta que chamamos de Vênus. Uma coisa que você aprende diretamente vendo (ou ouvindo, ou cheirando...) é chamada de observação.

Freqüentemente, a prova não é só uma observação por si só, mas há sempre observações em sua base. Se aconteceu um assassinato, é comum ninguém (menos o assassino e a pessoa morta!) ter visto o que aconteceu. Mas os detetives juntam diversas observações que podem apontar na direção de um suspeito. Se as impressões digitais de uma pessoa coincidirem com as encontradas num punhal, isso é uma prova de que ela tocou nele. Isso não prova que ela cometeu o assassinato, mas pode ser uma informação útil, junto com outras provas. Às vezes um detetive consegue pensar sobre várias observações e então de repente perceber que todas se encaixam e fazem sentido se fulano de tal cometeu o crime.